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OPINIÃO: Estamos sendo enganados


Faltando dois meses para as eleições presidenciais, estamos assistindo as "negociações" dos candidatos para obtenção de apoio de legendas eleitorais. Estas "negociações" não são sobre propostas a serem implantadas no futuro governo, mas sobre o que caberá a cada um do espólio que se transformou o erário público. A "negociação" é de cargos, verbas, sinecuras, possibilidades de cada grupo se apropriar de uma fatia do Estado em seu proveito particular.

O chamado Centrão está em de todas as negociações, sempre esteve desde a sua origem no longínquo governo Sarney, quando era liderado pelo deputado Roberto Amaral e, como agora, exigia em troca de não atrapalhar que lhe dessem cargos, verbas e outras possibilidades de que seus integrantes pudessem trabalhar pelos seus interesses privados.

Foi assim, mas de forma não tão explícita, nos governos FHC e Lula. Ainda não está bem explicado como foi negociada a emenda da reeleição no primeiro mandato de FHC, que teve o Centrão como fiel da balança para garantir a renovação do mandato.

No governo Lula teve o Mensalão, que outra coisa não era do que a garantia de valores mensais às lideranças partidárias do dito Centrão para que se mantivessem dóceis.

Dilma foi menos condescendente com as mamatas, por isso foi derrubada com discurso moralizante, que a acusava de "pedalada fiscal", mas não de enriquecimento ilícito ou de concordar com as falcatruas.

As candidaturas que estão postas com chances reais de competitividade, todas elas negociaram com o Centrão. Apenas uma delas fechou com o grupo, mas isto não significa nada além do tempo de TV, pois os membros deste agrupamento irão se mover de acordo com seus interesses privados. E seja lá quem for o ungido pelas urnas, acredite, o Centrão vai estar na base do governo.

Estamos diante de uma luta em que as ideias e propostas de governo não interessam, a disputa é pelo dinheiro do contribuinte, isto é, pelo seu e o meu dinheiro recolhido como impostos. Em resumo, em minha opinião, estamos sendo iludidos e iremos "brincar de eleição", porque as estruturas partidárias impedem a renovação dos candidatos e nossas escolhas serão muito limitadas.

Estaremos obrigados a votar e escolher dentre as nominatas que nos serão oferecidas, independente da qualidade de seus integrantes. Mas não é só, não importará quem elegeremos presidente, o poder continuará sendo exercido em favor dos interesses do Centrão. O poder é e continuará sendo deste grupo politicamente indefinido, mas patrimonialmente coeso. Pior, não temos alternativa. O voto branco ou nulo só beneficia aqueles que estão na busca de aumentar seu próprio patrimônio. Não há hipótese de que votos brancos e nulos possam "melar" a eleição.

É desolador

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